terça-feira, 30 de dezembro de 2025
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EUA e a ‘economia K’: entenda seus riscos e implicações

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contato@sejanoticia.com EM 30 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 08:32

Os gastos com as festas de fim de ano nos Estados Unidos devem superar a marca de 1 trilhão de dólares pela primeira vez. Esse aumento nos gastos será impulsionado principalmente pelos consumidores mais ricos, que costumam fazer compras de alto valor. Por outro lado, muitos americanos com renda mais baixa buscarão produtos em promoção ou financiarão suas compras com cartões de crédito.

Esse cenário é descrito como uma economia em formato de “K”. De acordo com especialistas, esse termo refere-se ao contraste nas experiências financeiras da população, onde uma parte se beneficia da recuperação econômica enquanto outra enfrenta dificuldades. A diretora de Pesquisas com Consumidores da Universidade de Michigan, Joanne Hsu, explica que os ricos estão gastando de forma confiante, enquanto as famílias de baixa renda lutam para equilibrar suas finanças.

O conceito de “formato de K” se popularizou em 2020 e é utilizado para mostrar como a recuperação econômica varia entre diferentes grupos sociais. Algumas empresas, especialmente do setor de tecnologia, estão se saindo muito bem, enquanto outras enfrentam desafios significativos. Uma análise da Moody’s Analytics revelou que os 10% mais ricos da população foram responsáveis por quase metade dos gastos.

Peter Atwater, professor de economia, foi um dos primeiros a usar esse termo para ilustrar as desigualdades na recuperação pós-pandemia. Ele percebeu que, ao contrário do que se esperava, essas condições persistiram ao longo dos anos. Após a pandemia, os mercados financeiros alcançaram níveis recordes, e os mais ricos continuaram a prosperar, ao passo que as famílias de baixa renda ainda enfrentam dificuldades financeiras.

Dados do Federal Reserve Bank de Atlanta mostram que os salários para trabalhadores com rendas mais baixas estão crescendo mais lentamente. A taxa de desemprego atingiu 4,6%, a mais alta em quatro anos. Além disso, o aumento da inflação e os impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho têm gerado ainda mais pressão sobre as finanças dessas famílias.

Uma pesquisa realizada pelo Bank of America revelou que 62% dos entrevistados sentem pressão financeira, e dos que confessaram isso, 87% afirmaram que planejam fazer compras em lojas de desconto. Em teleconferências corporativas, muitos executivos destacaram que os consumidores estão em busca de produtos mais acessíveis, ao mesmo tempo em que as vendas de itens luxuosos continuam a crescer. Por exemplo, a Delta Air Lines anunciou que as vendas de passagens de classe premium superaram as da classe econômica.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, reconheceu essa disparidade econômica em uma coletiva de imprensa, afirmando que muitos consumidores das classes mais baixas estão tendo dificuldades e optando por produtos de menor custo, enquanto os mais ricos mantêm seus hábitos de consumo.

Atwater conclui que os americanos estão vivendo em duas realidades distintas, onde aqueles em situação financeira precária não podem deixar de perceber a abundância que existe acima deles.

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