O governo dos Estados Unidos intensificou seus esforços diplomáticos para buscar um fim à Guerra da Ucrânia nesta terça-feira. O presidente americano Donald Trump anunciou que enviará seu negociador, Steve Witkoff, para se reunir com o presidente russo Vladimir Putin em Moscou. Essa ação visa promover o diálogo e encontrar soluções para o conflito.
Enquanto isso, o secretário do Exército americano, Dan Driscoll, também fará uma visita à Ucrânia para se encontrar com autoridades em Kiev. Embora a data exata de sua reunião ainda não tenha sido confirmada, espera-se que ocorra na quarta-feira. A comunicação entre as partes tem se intensificado, especialmente após o chefe de gabinete do presidente ucraniano, Andrii Iermak, afirmar que Zelenski está disposto a se encontrar com Trump para discutir uma proposta de paz até quinta-feira, dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Trump expressou em suas redes sociais a vontade de se reunir com os líderes ucraniano e russo, mas apenas quando houver um acordo para encerrar o conflito. No entanto, apesar do otimismo exibido por Zelenski, as autoridades russas têm mostrado resistência às mudanças propostas no documento inicial de 28 pontos que favorece os interesses da Rússia. Este documento começou a ser debatido na semana anterior, mas os russos, até o momento, descartaram as alterações.
A tentativa de impulsionar esse diálogo resultou em uma reunião em Abu Dhabi, cuja realização não havia sido previamente divulgada. Inicialmente, parecia que tanto representantes ucranianos quanto russos estavam presentes, mas alguns relatos indicaram que somente os representantes de Moscou participaram do encontro. Até o momento, não foram revelados detalhes sobre as discussões realizadas, além do que Trump classificou como progresso.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, mencionou que ainda restam alguns detalhes para serem resolvidos, mas que não parecem intransponíveis. As principais preocupações ucranianas envolvem questões territoriais, que os Estados Unidos consideram essenciais.
A presença de Driscoll na negociação sinaliza um novo direcionamento nas conversas, já que ele é próximo do vice-presidente americano, J. D. Vance, conhecido por sua postura favorável à Rússia. Ambos se conheceram na Escola de Direito de Yale e mantêm amizade pessoal. Driscoll havia apresentado um texto que resultou de colaborações entre os americanos e os russos, o qual não obteve um apoio oficial de Putin.
No último domingo, o secretário de Estado Marco Rubio e Witkoff se reuniram em Genebra com representantes ucranianos, onde uma versão revisada da proposta foi elaborada. No entanto, a Rússia rejeitou as alterações, reiterando que as mudanças não atendem às suas demandas. O assessor de Putin, Iuri Uchakov, já havia declarado que pontos sugeridos pela mídia, como o congelamento das linhas de batalha, são inaceitáveis. O chanceler russo, Serguei Lavrov, reforçou essa posição, alegando que qualquer nova versão deve refletir encontros anteriores entre Trump e Putin.
Enquanto os diálogos avançam, a situação no campo de batalha se agrava. Na madrugada desta terça-feira, a Rússia lançou um total de 486 mísseis e drones em várias regiões da Ucrânia, incluindo ataques direcionados a Kiev e ao porto de Odessa. Como resultado, pelo menos sete pessoas morreram e 13 ficaram feridas na capital ucraniana. Além disso, a ação provocou blecautes em várias áreas da cidade.
O Ministério da Defesa da Rússia informou que os ataques foram uma retaliação aos drones ucranianos que atingiram o território russo. A ofensiva se concentrou em danificar a infraestrutura energética, afetando também outras regiões como Odessa, Sumi e Dnipropetrovsk.
A Ucrânia, por sua vez, afirmou ter realizado ataques com mísseis em alvos estratégicos na Rússia, como uma refinaria em Tuapse e um terminal no porto de Novorossisk. Imagens mostraram intensa atividade de defesa aérea em resposta às ameaças.
Além disso, houve relatos de que os ucranianos atacaram a base aérea de Taganrog, onde dois aviões testados foram danificados, embora o aeroporto tenha permanecido operacional. Essa série de eventos evidência a escalada do conflito e a complexidade das negociações em andamento.