quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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A cortejo luxuoso de Trump com a Arábia Saudita e Israel

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contato@sejanoticia.com EM 26 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 06:34

Durante a visita do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, à Casa Branca, o evento se destacou como o mais grandioso da presidência de Donald Trump até aquele momento. Embora oficialmente descrito como uma visita de trabalho, o encontro foi mais extravagante do que qualquer visita de Estado anterior. Trump recebeu o príncipe no gramado sul da Casa Branca, que é o maior espaço da residência, com uma cerimônia que incluía homens uniformizados a cavalo e um sobrevoo de caças.

No interior do recém-reformado Salão Oval, Trump demonstrou admiração pelo príncipe, segurando sua mão e destacando a importância da amizade entre os dois. No entanto, a atmosfera de cordialidade foi interrompida quando uma jornalista fez referência ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, que ocorreu em 2018. Essa questão havia sido um dos principais motivos pelos quais o príncipe não havia visitado os Estados Unidos nos últimos sete anos. Trump, visivelmente irritado, defendeu Mohammed bin Salman, alegando que o príncipe não tinha conhecimento do crime, desconsiderando as conclusões das agências de inteligência dos EUA.

A postura de Trump em relação aos direitos humanos e sua proximidade com líderes autocráticos não são novas. Desde seu segundo mandato, que começou em janeiro, a política externa dos Estados Unidos já mostrava uma tendência a favorecer regimes autoritários. Durante a visita, um dos pontos mais notáveis foi a confirmação por parte de Trump sobre a venda dos caças F-35 para a Arábia Saudita, um movimento polêmico, pois isso quebraria o princípio de que Israel sempre teria acesso aos melhores equipamentos militares.

Além disso, a administração anunciou a liberação da venda de chips de inteligência artificial avançados para a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Essa decisão visa apoiar as ambições sauditas de se tornarem um centro tecnológico global, com a construção de data centers que são essenciais para a economia de inteligência artificial. Especialistas apontam que essa colaboração na área de tecnologia pode fortalecer ainda mais o vínculo entre os dois países.

Outros eventos recentes indicam uma possível mudança na política dos EUA em relação ao Oriente Médio. Uma resolução proposta pelos EUA no Conselho de Segurança da ONU mencionou a possibilidade de um Estado palestino, apesar dos esforços de Israel para remover essa linguagem. Além disso, Trump decidiu suspender algumas sanções à Síria e fez visitas à Arábia Saudita e a outros países do Golfo, mas não a Israel, em um aparente desvio da política tradicional.

A relação entre os EUA e Israel tem enfrentado tensões, especialmente após a escalada de ataques aéreos de Israel em instalações no Irã, o que gerou preocupações sobre a estabilidade regional. A resposta de Trump interferiu, levando Netanyahu a se desculpar por um ataque mal planejado a um país aliado da região.

A visita do príncipe Mohammed à Casa Branca foi também marcada pela promessa de investimento saudita de um trilhão de dólares na economia dos Estados Unidos. Essa relação financeira consolidada é vista como uma vantagem para a Arábia Saudita em suas negociações com Washington.

Embora os laços entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita aparentem estar se fortalecendo, alguns analistas alertam que isso não necessariamente implica em uma mudança fundamental na política dos EUA no Oriente Médio. Muitos acreditam que, apesar das promessas e das aparências, a dinâmica da relação entre os EUA e Israel continua a prevalecer, com poucos avanços concretos sobre questões críticas como a paz entre israelenses e palestinos.

Além disso, em relação ao futuro do diálogo sobre a normalização das relações entre a Arábia Saudita e Israel, o príncipe herdeiro enfatizou que isso dependeria de um compromisso claro com a criação de um Estado palestino, o que está longe de estar acordado entre as partes.

As esperanças por mudanças significativas na situação em Gaza e na Palestina são, até o momento, escassas. A política dos Estados Unidos no Oriente Médio, apesar das reviravoltas que parecem ocorrer, tende a seguir uma linha contínua, conforme a história recente mostrou.

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