segunda-feira, 24 de novembro de 2025
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Crítica de O concorrente, de Stephen King sob o pseudônimo Bachman

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contato@sejanoticia.com EM 24 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 04:33

Stephen King, um dos mais renomados autores de terror do mundo, escreveu um romance sob o pseudônimo Richard Bachman, intitulado “O Concorrente”. Este livro, publicado em 1982 mas ambientado em um futuro próximo, no ano de 2025, apresenta uma crítica social contundente à realidade do capitalismo e das desigualdades sociais.

A história gira em torno de Ben Richards, um personagem trágico que não se encaixa em moldes de herói. Ele é um homem desempregado, vivendo à sombra da pobreza e da doença de sua filha. A narrativa se passa em uma América em colapso, onde a miséria é uma constante. Richards se vê obrigado a vender sua própria vida em um jogo mortal transmitido na televisão. Neste “reality show”, a violência é transformada em entretenimento, e o sofrimento humano é explorado como mercadoria. King utiliza essa situação para comentar sobre como o sistema capitalista e a mídia manipulan a realidade para se sustentar.

A obra aborda como a sociedade se desumaniza, mostrando que não há monstros sobrenaturais, mas instituições opressoras que perpetuam a exploração. O jogo em que Richards participa simboliza essa engrenagem cruel, onde o indivíduo se sacrifica em prol do entretenimento massivo. King explora essa dinâmica, mostrando que o mundo ao redor é claustrofóbico e degradante, capturando a falta de empatia que permeia a vida das pessoas.

King constrói a narrativa com cuidado, levando o leitor a compreender a estrutura de manipulação das informações. Através da jornada de Richards, a obra revela a brutalidade do sistema e seu impacto nas relações humanas. O personagem passa por situações de grande tensão, destacando a importância do contexto social para entender sua luta e o desespero que o cerca.

Ao longo da trama, o autor introduz temas como poluição, divisão de classes e o uso da mídia como forma de controle. King utiliza uma narrativa agressiva e direta, repleta de imagens impactantes, fazendo com que o leitor sinta a urgência e a intensidade do que está em jogo.

A construção da rebelião popular, que emerge quando Richards supera um recorde de sobrevivência, ilustra como a transformação de um indivíduo pode desafiar sistematicamente as injustiças. A figura de Richards se torna um símbolo de resistência, mostrando que a luta dele não é apenas pessoal, mas representa a dor e a luta de muitos.

O desfecho da obra, principalmente os momentos de tensão em um aeroporto e o diálogo entre Richards e um antagonista, traz à tona questões éticas profundas sobre poder e corrupção. A narrativa culmina em uma reviravolta que ressoa com a realidade atual, deixando um alerta sobre as amarras do sistema que não precisam de criaturas fantásticas para amedrontar.

“O Concorrente”, lido hoje, é mais do que uma ficção científica; é um aviso sobre as consequências de um mundo movido pelo lucro e pela manipulação. King, sob o pseudônimo Bachman, faz uma crítica poderosa, revelando que o futuro pode ser aterrorizante não apenas por causa de monstros, mas pela combinação de interesses político, econômico e midiático.

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