O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Carlos Viana, em entrevista, falou sobre as investigações relacionadas a descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Ele informou que esse esquema de fraude começou durante a administração de Michel Temer, continuou sob Jair Bolsonaro e persistiu nos primeiros dois anos do governo Lula. O problema envolve não apenas sindicatos, mas também associações sem representação legítima dos aposentados que realizavam esses descontos irregulares.
Carlos Viana mencionou que o governo está ciente do impacto político dessa situação e tem buscado formas de corrigir os erros, incluindo a devolução de parte do dinheiro desviado. Recentemente, uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) resultou na prisão de várias pessoas e na realização de buscas em diferentes locais. Entre os detidos está Alessandro Stefanutto, que foi presidente de um instituto relacionado ao caso até abril deste ano.
O presidente da CPMI ressaltou que a comissão tem como objetivo informar a população sobre o que realmente ocorreu, afirmando que muitas informações ficam em sigilo na PF e acabam sendo tratadas no Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode transmitir uma sensação de impunidade.
As investigações revelaram que bens de luxo, adquiridos com dinheiro desviado de aposentados, foram encontrados. Isso inclui 14 carros importados, entre eles quatro Ferraris, e um imóvel avaliado em R$ 28 milhões que estava em processo de compra.
Além disso, Viana anunciou que pretende propor a suspensão dos pagamentos de empréstimos consignados por seis meses. Este período permitirá uma análise detalhada dos contratos, já que foram encontradas cobranças abusivas com juros que chegavam até 18% ao mês. Uma instituição financeira de Minas Gerais já se comprometeu a devolver R$ 7 milhões, mas Viana considera esse valor insuficiente diante da magnitude do problema.