As criptomoedas enfrentam um momento desafiador nesta segunda-feira, com o Bitcoin sendo vendido por menos de US$ 107 mil. Esse movimento acontece três semanas após um evento significativo de liquidação que impactou o setor, resultando na perda de bilhões de dólares em investimentos alavancados.
No cenário geral do mercado, o índice Ibovespa, que representa as ações brasileiras, superou pela primeira vez a marca de 150 mil pontos, estabelecendo um novo recorde de fechamento. Além disso, o Tesouro Nacional lançou uma promoção chamada “Black Friday TD”, oferecendo cashback de R$ 30 para novos investidores.
A pressão sobre o Bitcoin se intensifica, pois a demanda de grandes investidores, também conhecidos como investidores institucionais, caiu abaixo da quantidade de novas moedas mineradas. Essa mudança, identificada por especialistas do setor, sugere que os grandes compradores estão mais cautelosos. Em resposta a essa situação geral no mercado, um índice da MarketVector, que mede o desempenho das menores criptomoedas entre as 100 maiores, caiu pela terceira vez consecutiva, registrando uma queda de até 8,8%. Nesse contexto, alguns tokens estão voltando a seus níveis mais baixos desde o “flash crash” de outubro, e o índice em questão acumula uma desvalorização de cerca de 60% desde o início do ano.
Nesta segunda-feira, o Bitcoin teve uma queda de 4,3%, sendo negociado por aproximadamente US$ 105,3 mil. Apesar disso, a criptomoeda ainda mostra uma valorização de cerca de 14% desde dezembro último. Comparado com outras ações globais, o Bitcoin tem enfrentado dificuldades, principalmente porque muitos investidores estão revertendo suas atenções para ativos que são mais sensíveis às condições econômicas gerais, o que prejudica a recuperação do mercado de criptomoedas mesmo em um contexto global de otimismo.
Outro ativo digital, o Ton, originado de um projeto vinculado ao Telegram, viu seu valor cair aproximadamente 10%. Recentemente, a empresa TON Strategy, que administra tesouraria de ativos digitais, recebeu um alerta da Nasdaq por não atender aos requisitos de aprovação de acionistas, resultando na queda de 4% nas suas ações nesta segunda-feira e na perda de 37% no acumulado do ano.
O evento de liquidação de outubro foi particularmente severo, eliminando cerca de US$ 19 bilhões em posições de compra e evidenciando a fragilidade da confiança dos investidores. A recuperação desse capital poderá levar tempo, deixando o sentimento do mercado em estado cauteloso, com muitos investidores aguardando sinais de estabilização nos preços.
Jordi Alexander, CEO da Selini Capital, afirmou que o mercado de criptomoedas precisa primeiro demonstrar uma base sólida de preços antes que o otimismo e novas altas possam ser contemplados. Ele descreveu o atual cenário como uma “fase de ressaca” após os impactos do choque de liquidação em outubro.
Enquanto alguns especialistas consideram outubro um ponto crítico em relação à volatilidade do mercado, outros ainda encontram os preços baixos das criptomoedas difíceis de explicar. Matthew Kimmell, analista da CoinShares, expressou que ainda se percebem os efeitos do evento de liquidação, mas destacou indícios de movimentação de Bitcoin em carteiras que estavam paradas por muito tempo, o que pode indicar uma mudança no comportamento dos investidores.