sábado, 13 de dezembro de 2025
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Telescópio japonês encontra raios-X em cometa

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contato@sejanoticia.com EM 11 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 10:33

O cometa 3I/Atlas, descoberto em julho de 2025, é o terceiro objeto conhecido que chega ao Sistema Solar vindo do espaço interestelar. A chegada desse cometa oferece uma chance única para os cientistas estudarem materiais que se formaram fora do nosso sistema solar, o que pode revelar informações valiosas sobre a origem do Sol e dos planetas.

Pesquisadores estão examinando o 3I/Atlas utilizando diferentes tipos de radiação, incluindo raios-X. Esses raios-X são importantes porque, em cometas do Sistema Solar, eles mostram como o gás liberado pelo núcleo do cometa interage com o vento solar, que é um fluxo de partículas solares. Até agora, não havia sido registrado o fenômeno de emissão de raios-X em outros cometas interestelares, como 1I/Oumuamua e 2I/Borisov.

Entre 26 e 28 de novembro de 2025, a missão japonesa XRISM organizou uma campanha especial para observar o cometa. Os instrumentos do satélite XRISM precisam estar a uma distância mínima de 60 graus do Sol, então a equipe teve que planejar cuidadosamente a operação. Durante 17 horas de observação, o cometa se moveu lentamente pela constelação de Virgem, e a equipe ajustou a posição do satélite 14 vezes para manter o cometa visível no telescópio Xtend, que detecta raios-X suaves.

As primeiras análises dos dados coletados mostraram um brilho fraco de raios-X ao redor do cometa, abrangendo uma área de aproximadamente 400 mil quilômetros. Essa extensão é maior do que o esperado somente por limitações do instrumento, sugerindo que existe uma nuvem de gás emitindo raios-X em torno do núcleo do cometa.

Esse fenômeno é semelhante ao que ocorre com cometas comuns. Quando o calor do Sol vaporiza o material gelado do cometa, isso gera uma nuvem de gás que pode interagir com o vento solar. Esse processo, conhecido como reação de troca de carga, resulta na emissão de raios-X.

O espectro dos raios-X detectados contém elementos como carbono, nitrogênio e oxigênio. Essas emissões não se parecem com a luz de fundo típica do espaço ou com a luz refletida pela atmosfera da Terra, o que reforça a possibilidade de que sejam originárias do cometa.

Os cientistas estão cientes de que parte do que foi observado pode ser influenciado por fatores instrumentais, como a vinhetagem. Essa é uma redução na intensidade da imagem nas bordas, que pode criar a impressão de que há algo mais se estendendo além do real. Assim, uma análise mais detalhada está em andamento para identificar o que é realmente o sinal do cometa e o que poderia ser apenas artefato do equipamento.

Apesar dessas incertezas, a detecção de raios-X ao redor do cometa 3I/Atlas representa um avanço significativo. É a primeira evidência concreta de emissão de raios-X por um objeto interestelar em trânsito pelo nosso Sistema Solar. Essa descoberta pode abrir novas portas na nossa compreensão dos cometas e do espaço além das fronteiras do Sistema Solar.

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