terça-feira, 30 de dezembro de 2025
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Chefe da polícia de West Midlands discute futuro após polêmica sobre torcedores

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contato@sejanoticia.com EM 30 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 21:30

O chefe da polícia de West Midlands, Craig Guildford, será convocado novamente por um grupo de parlamentares para explicar a proibição de torcedores de futebol. A audiência está marcada para 6 de janeiro e surge após alegações de que ele teria enganado o Parlamento ao apoiar a restrição de torcedores israelenses de um jogo em Birmingham, devido a preocupações relacionadas ao antissemitismo.

A controvérsia começou quando os torcedores do Maccabi Tel Aviv foram proibidos de comparecer a uma partida da Liga Europa contra o Aston Villa, realizada em novembro. A decisão de banir os fãs ocorreu em um contexto de receios sobre possíveis atos de violência e incitação ao racismo.

Apesar de a decisão sobre a proibição ter sido oficialmente tomada pelo grupo de assessoria de segurança da cidade, liderado pela Birmingham City Council, as críticas se intensificaram contra a polícia, que foi acusada de pressionar por essa restrição. Guildford enfrentou críticas severas, com políticos e líderes comunitários afirmando que a ação falhou em proteger a população judaica.

Além disso, Guildford está sendo alvo de uma investigação emergencial, comandada pela Secretária de Estado do Interior, Shabana Mahmood, que busca esclarecer como a informação que sustentou a proibição foi coletada. O Escritório Independente de Conduta Policial também entrou na questão, requerendo garantias sobre as avaliações feitas antes da decisão.

Embora seus assessores tenham afirmado que ele não está pensando em deixar o cargo, a pressão sobre Guildford é evidente. A situação é delicada, e sua posição à frente da segunda maior força policial do país está em risco.

Em um contexto mais amplo, torcedores dos Ultrafans do Maccabi Tel Aviv têm um histórico de comportamentos violentos e racistas. Recentemente, houve um alerta de forças policiais da Holanda, que enfrentaram problemas semelhantes em um jogo anterior envolvendo o Maccabi e o Ajax. Informações de uma videoconferência puderam ter influenciado a decisão da polícia britânica.

Em outubro, West Midlands Police enviou uma carta ao grupo de assessoria de segurança expressando preocupações sobre os riscos que o jogo apresentava, dada a complexidade das tensões geopolíticas. O documento, que foi divulgado em versão editada, indicava que a combinação de “sensibilidades internacionais e potenciais atividades de protesto” significava que era necessária uma revisão da capacidade do estádio e da participação de torcedores visitantes.

Atualmente, a polícia ainda não se manifestou sobre partes da carta que ficaram de fora, e o Birmingham City Council também não divulgou informações sobre suas investigações e a decisão tomada. Críticos, incluindo o líder político do conselho, Cllr John Cotton, expressaram desapontamento em relação à proibição.

O anúncio da proibição gerou uma onda de reações negativas, especialmente após um atentado em uma sinagoga em Manchester, que intensificou a preocupação com o aumento de incidentes antissemitas no país. Apesar de tudo, o jogo ocorreu sem grandes incidentes, mesmo com protestos nas proximidades do estádio.

A UEFA, em uma partida recente contra o Stuttgart, também identificou comportamentos racistas entre os torcedores do Maccabi, resultando na proibição de torcedores visitantes para o próximo jogo e na aplicação de uma multa.

O caso contra Guildford inclui a falta de transparência nas decisões, a pressão política que ele e sua equipe enfrentaram e possíveis erros factuais em suas argumentações. No entanto, seus defensores destacam que a decisão final não foi dele e que existiu o apoio do Conselho Nacional de Policiamento do Futebol.

A situação é complexa e envolve diversas camadas políticas e sociais. A cidade de Birmingham, com uma significativa população muçulmana e uma recente votação favorável a um deputado pró-Palestina, adiciona ainda mais nuances ao caso.

Independentemente do resultado da nova audiência parlamentar, Guildford terá desafios pela frente para reconstruir a confiança junto às comunidades locais e lidar com as implicações de suas decisões.

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