A Cloudflare enfrentou problemas técnicos na manhã desta sexta-feira, 19 de outubro, marcando o terceiro incidente relevante nas últimas semanas. Esse novo problema reacende o debate sobre a dependência da internet em relação a poucos fornecedores.
As reclamações sobre a Cloudflare começaram a aumentar por volta das 6h, de acordo com o site Downdetector, que monitora o desempenho de serviços e plataformas em tempo real. Os principais problemas relatados envolvem dificuldades de conexão com o servidor e questões relacionadas ao Sistema de Nomes de Domínio (DNS).
No painel de status da Cloudflare, a empresa publicou duas atualizações durante a manhã. A primeira, às 8h19, informou que a equipe estava investigando problemas intermitentes na rede e que alguns clientes poderiam experimentar erros inesperados. A segunda atualização, postada às 8h31, reiterou que a investigação estava em andamento.
Recentemente, um incidente no início de dezembro causou problemas a vários sites de grande popularidade, como LinkedIn, Substack e Fortnite. Durante aquele episódio, a Cloudflare foi rápida em aplicar uma correção, mas ainda assim houve impactos visíveis, como bloqueios de tráfego legítimo e queda no valor das ações da empresa. A causa desse problema foi identificada como uma falha durante uma manutenção programada em seus data centers em Chicago e Detroit.
A Cloudflare, fundada em 2009, é uma fornecedora de infraestrutura de internet essencial. Ela atua como uma camada invisível entre os usuários e os sites, oferecendo serviços de segurança, desempenho e confiabilidade. Para isso, utiliza uma rede de entrega de conteúdo (CDN), que distribui cópias de dados em servidores ao redor do mundo, facilitando o acesso e protegendo contra ataques.
Com uma média de 78 milhões de requisições HTTP processadas por segundo, as falhas têm um efeito em cadeia que pode derrubar milhões de sites simultaneamente. Em um episódio anterior, em novembro, serviços populares, como Twitter e ChatGPT, ficaram fora do ar por horas. O CEO da Cloudflare, Matthew Prince, descreveu aquele evento como o pior colapso que a empresa enfrentou desde 2019. A falha foi causada por um erro no sistema que protege os sites de ataques DDoS, que sobrecarregam servidores.
Diante desses problemas, a Cloudflare anunciou quatro medidas para mitigar riscos futuros: validação mais rigorosa de arquivos internos, expansão de opções de desligamento rápido de funções, contenção da sobrecarga gerada por relatórios de erro e revisão das falhas possíveis nos módulos críticos do proxy. Essas ações visam reduzir a possibilidade de novos incidentes que possam afetar a confiabilidade dos serviços que a empresa fornece.