Karl Bushby: Uma Jornada de 27 Anos em Busca de Casa
Karl Bushby, natural de Hull, começou sua jornada em 1 de novembro de 1998, saindo do Chile com o objetivo de caminhar 36 mil milhas (cerca de 58 mil quilômetros) até sua cidade natal, sem usar nenhum meio de transporte. Na época, ele acreditava que a expedição duraria apenas 12 anos. Atualmente, após 27 anos de caminhada, ele planeja retornar a Hull em setembro de 2026, onde sua mãe, Angela Bushby, de 75 anos, o aguarda ansiosamente.
Angela expressou seu carinho pelo filho, afirmando que estará em casa, esperando por ele, e brincou: “Assim que eu der um abraço nele, vou perguntar: ‘a que horas você acha que está chegando, Karl?’” A mãe de Karl é sua maior apoiadora e mantém viva a esperança do reencontro.
Desde o início de sua jornada, a família enfrentou muitos desafios. Questões geopólicas, guerras e dificuldades para obter vistos atrasaram seu progresso. No momento, Karl está prestes a entrar na Áustria, enquanto sua família, em Hull, se prepara para a recepção.
Angela Bushby vive na casa que foi o lar de Karl durante sua infância. Desde que o filho partiu, ela o viu apenas três vezes. Entre essas ocasiões, uma das mais marcantes foi antes de ele se tornar o primeiro britânico a atravessar a perigosa Passagem de Bering entre a América do Norte e a Rússia, em 2006. Sentada em sua poltrona, cercada de fotos do filho, Angela expressou seu alívio e preocupação ao longo dos anos, lembrando das noites sem dormir que passou preocupada com Karl.
Em seus relatos, Angela destaca que Karl sempre foi persistente. Desde os tempos de escola, onde enfrentou bullying devido à sua dislexia, até sua determinação em completar o treinamento da unidade de paraquedistas do Exército Britânico, ele sempre superou as dificuldades. “Ele não tinha uma vida fácil, mas sempre foi seguido por sua força de vontade”, afirmou Angela.
Karl foi diagnosticado com dislexia aos 13 anos, e segundo sua mãe, essa descoberta foi um divisor de águas. Ele aprendeu a contornar suas dificuldades e desenvolveu um amor pela leitura. Com o tempo, embarcou em aventuras ao redor do mundo, passando por diversas regiões das Américas e partes da Ásia, até chegar à Europa. Em 2024, ele nadou 300 quilômetros no Mar Cáspio para evitar problemas com vistos no Irã e na Rússia.
Angela guardou recortes de jornais e recordações em álbuns que documentam a jornada do filho. Ela continua a comprar presentes de Natal para Karl, esperando que um dia ele os receba. Apesar da distância, o amor e o apoio dela permanecem constantes.
A expectativa do reencontro traz à tona também a preocupação de Angela sobre como Karl se adaptará ao retornar à vida cotidiana, depois de tanto tempo. Embora ela tenha esperança de que o filho retorne para casa, ela duvida que ele consiga ficar parado por muito tempo, dado seu espírito explorador.
Os preparativos para sua volta estão em andamento. Angela está pronta para receber Karl de braços abertos, certa de que a espera valerá a pena.