O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, divulgou uma nota esclarecendo as reuniões que teve com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na noite de terça-feira. Segundo Moraes, ele se reuniu com Galípolo em seu gabinete em duas ocasiões: a primeira no dia 14 de agosto e a segunda em 30 de setembro. As reuniões foram sobre os impactos da aplicação da Lei Magnitsky, uma legislação americana que impõe sanções financeiras a pessoas acusadas de corrupção ou violação de direitos humanos.
Na nota, o ministro fez questão de afirmar que em nenhum momento foram discutidos assuntos relacionados à aquisição do Banco de Brasília (BRB) pelo Banco Master. Moraes também esclareceu que não esteve no Banco Central e que não houve nenhum contato telefônico entre eles sobre esse ou qualquer outro assunto. Além disso, destacou que o escritório de advocacia de sua esposa não participou da operação de compra que envolve o BRB.
A Lei Magnitsky foi aplicada a Moraes e sua esposa, mas essa sanção foi posteriormente revogada pelo governo dos Estados Unidos. As reuniões tinham como foco discutir as graves consequências da lei, especialmente a possibilidade de manter contas bancárias e cartões de crédito para aqueles afetados pelas sanções.
Informações anteriores relataram que Moraes procurou Galípolo pelo menos quatro vezes sobre questões relacionadas ao Banco Master, e que três desses contatos foram por telefone. Em um encontro, Moraes expressou sua preferência por Daniel Vorcaro, dono do Master, que está sob prisão domiciliar e mencionou que o banco estava enfrentando resistência por seu crescimento no mercado financeiro.
Galípolo teria informado Moraes sobre fraudes relacionadas a R$ 12,2 bilhões em créditos do Master para o BRB, e o ministro reconheceu que, caso as fraudes fossem confirmadas, a aprovação do negócio não seria possível. O escritório que representa o Banco Master, ligado à esposa de Moraes, tinha um contrato de prestação de serviços durante três anos, que poderia totalizar cerca de R$ 130 milhões.
Vale ressaltar que Daniel Vorcaro foi preso em novembro pela Polícia Federal em um inquérito que investiga as fraudes, mas ficou apenas 12 dias detido. A investigação agora está sob a jurisdição do STF com o ministro Dias Toffoli como relator.