Em um importante evento do futebol alemão, o dia 28 de fevereiro de 2001 marcou o início da carreira de Juergen Klopp como treinador, ao liderar o FSV Mainz em uma vitória contra o MSV Duisburg. Apenas três dias antes, Christian Heidel, que era um defensor do Mainz, havia jogado por 69 minutos em uma partida da 2. Bundesliga. Este momento é considerado um marco na história do futebol moderno e destaca a trajetória única de Heidel.
Ele começou sua conexão com o Mainz muito cedo, acompanhando o time como torcedor desde criança. Em 1991, Heidel tornou-se parte da direção do clube, embora inicialmente não recebesse remuneração e tomasse decisões importantes a partir de seu escritório em um concessionário de BMW. Sua visão inovadora começou a mostrar resultados em 1995, com a contratação do treinador Wolfgang Frank, que introduziu um estilo de jogo moderno com ênfase em defesas em quarteto e pressões. Isso desafiou a longa tradição do antigo estilo de jogo com libero, muito popular na Alemanha, e começou a transformar o Mainz em uma equipe competitiva na liga.
Após a saída de Frank, o clube enfrentou dificuldades para manter um bom desempenho. Em 2001, com o risco de rebaixamento, Heidel tomou uma decisão ousada ao colocar Klopp como jogador-treinador. Ele acreditava que Klopp poderia otimizar a comunicação e o entendimento de futebol entre os jogadores. Essa escolha se mostrou eficaz, já que Klopp levou o Mainz à sua primeira participação na Bundesliga e a competições europeias, elevando o clube a um novo status.
A saída de Klopp para o Borussia Dortmund em 2015 fez o clube voltar a um momento de incerteza. Heidel continuou a reformular a equipe, surpreendendo a todos ao promover Thomas Tuchel, um treinador que havia se destacado na equipe sub-19.
Com o sucesso de Tuchel, o Mainz solidificou sua posição na Bundesliga, iniciando uma nova era de treinadores que não necessariamente tinham sido grandes jogadores, mas que demonstravam se destacar em liderança e estratégia. Esse fenômeno levou a uma nova geração de treinadores, conhecidos como “Laptoptrainer”, a se destacarem no cenário do futebol alemão.
Heidel também se provou um bom negociador, comprando jovens talentos a preços acessíveis e vendendo-os por valores significativos. Nomes como André Schürrle, Loris Karius e Shinji Okazaki, que se tornaram peças chave em suas respectivas equipes nacionais, foram promovidos sob sua gestão.
Após uma breve passagem pelo Schalke 04 e um período de recuperação devido a um acidente de saúde, Heidel voltou ao Mainz para restaurar a identidade do clube que havia se afastado de suas raízes. A contratação de Bo Svensson, um ex-jogador do Mainz, para a função de treinador resultou em um desempenho surpreendente, evitando o rebaixamento e consolidando a equipe entre as principais da Bundesliga novamente.
Atualmente, o Mainz se destaca pela sua gestão eficiente e capacidade de renovar-se, garantindo sua posição na primeira divisão. Heidel continua, com sua vasta experiência, a ser uma figura central na reconstrução do clube, que é um exemplo de como um bom gerenciamento pode trazer sucesso a uma equipe de futebol, mesmo em um mercado altamente competitivo.