Padre Marcelo Rossi, uma das figuras religiosas mais conhecidas do Brasil, enfrentou uma série de investigações graves relacionadas a sua atuação na televisão e em suas missas. Ele é reconhecido por ter lançado o segundo CD mais vendido da história no país e por sua constante presença em programas dominicais. No entanto, sua fama também lhe trouxe problemas com o Vaticano.
As investigações contra Padre Marcelo começaram no final da década de 1990 e se estenderam até 2009. O clérigo foi acusado por um religioso brasileiro, que fez uma denúncia anônima, de cultuar o personalismo e de ser excessivamente exibicionista na televisão. As acusações indicavam que ele estaria desvirtuando as práticas católicas e transformando suas missas em uma espécie de espetáculo.
O Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF), órgão da Igreja responsável por essa investigação, era liderado por Joseph Ratzinger, que mais tarde se tornaria o Papa Bento XVI. Durante esse período, o Vaticano recebia regularmente gravações das aparições de Padre Marcelo em programas como “Domingo Legal” e “Domingão do Faustão”, onde a busca por alta audiência muitas vezes levava a conteúdos polêmicos.
Entre 2004 e 2005, Padre Marcelo e o Bispo Dom Fernando estavam prestes a serem convocados pelo Vaticano para prestar esclarecimentos. No entanto, a morte de João Paulo II em abril de 2005 interrompeu esse processo, pois a atenção se voltou para as cerimônias funerárias e para a escolha do novo Papa. De acordo com informações divulgadas, a investigação incomodou tanto o Vaticano que Padre Marcelo chegou a ficar próximo de ter suas atividades suspensas. Se isso tivesse ocorrido, ele estaria proibido de celebrar missas, ouvir confissões e lançar novos CDs ou livros.
Em um outro episódio significativo, em maio de 2007, durante a visita de Bento XVI ao Brasil, Padre Marcelo estava ansioso para se encontrar com o Papa. No entanto, membros da comitiva do DDF impediram esse encontro, alegando que não seria adequado o Papa estar ao lado de um religioso que estava sob investigação. Inicialmente, Padre Marcelo negou essa proibição, mas mais tarde admitiu que realmente não pôde se encontrar com Bento XVI.
As investigações do DDF foram encerradas em 2009, quando Padre Marcelo foi inocentado de todas as acusações feitas contra ele. No ano seguinte, ele finalmente teve a oportunidade de se encontrar com Bento XVI e recebeu o prêmio de Evangelizador Moderno. Na ocasião, a assessoria de imprensa do padre informou que não tinha conhecimento das alegações que circulavam na época da investigação.