sábado, 06 de dezembro de 2025
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Rússia afirma que paz na Ucrânia ainda está distante

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contato@sejanoticia.com EM 3 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 11:46

Após longas cinco horas de conversas entre representantes da Rússia e dos Estados Unidos em Moscou, o assessor internacional de Vladimir Putin, Iuri Uchakov, afirmou que a paz na Ucrânia não está mais próxima, mas também não está mais distante. As discussões não resultaram em um acordo, especialmente em relação a questões sensíveis como a transferência de território.

Observando as negociações, parece que o Kremlin se apresentou com uma posição de força. Enquanto Putin reafirmava a potência militar da Rússia, Volodimir Zelenski, presidente da Ucrânia, ressaltava a necessidade de garantir que sua nação não seja excluída do diálogo sobre o futuro do conflito.

Do lado americano, o encontro contou com a participação do enviado Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, conhecido por sua atuação em negociações de negócios, mesmo sem ter um cargo oficial. Acompanhado de Uchakov e do negociador Kirill Dmitriev, Putin se mostrou determinado a manter a posição russa nas discussões.

Durante a reunião, Putin criticou a versão revisada do plano de paz apresentada por Witkoff e Dmitriev, descrevendo partes do documento como “absolutamente inaceitáveis”. Ele insistiu que, para que os aliados de Zelenski participem das negociações, precisarão aceitar exigências drásticas do Kremlin. Essas incluem a concessão e reconhecimento de territórios e a neutralidade militar da Ucrânia.

A ausência dos chefes de diplomacia dos dois países, Marco Rubio e Serguei Lavrov, gerou especulações sobre o peso desses personagens nas negociações. Há quem acredite que Witkoff e Kushner possam estar favorecendo a posição russa.

Putin falou aos enviados logo após fazer declarações agressivas que visavam isolar os Estados Unidos de seus aliados europeus. Ele afirmou que a Rússia está pronta para um embate caso a Europa decida agir contra o país. Além disso, o presidente russo anunciou avanços militares na Ucrânia, incluindo a tomada de um centro logístico em Donetsk, uma das quatro regiões que deseja ver reconhecidas como parte da Rússia. Na última terça-feira, ele também afirmou ter conquistado duas vilas no sul da Ucrânia e fez ameaças sobre ações severas contra navios de países que apoiam Kiev.

A Ucrânia, por sua vez, negou ter perdido a cidade de Pokrovsk, defesa que é contestada por analistas especialistas da área. O clima nas negociações levava os americanos a Moscou com a impressão de que o Kremlin estava em uma posição forte para impor suas condições devido aos recentes sucessos militares.

Antes de se encontrarem com Putin, Witkoff e Kushner se reuniram com Dmitriev, que destacou um projeto de infraestrutura proposto para unir o Alasca à Rússia, chamando de “túnel Putin-Trump”, indicando seu interesse em potencializar oportunidades de negócios que poderiam surgir com um eventual acordo de paz.

Zelenski e os líderes europeus estão preocupados com a possibilidade de ficarem de fora das conversas, especialmente diante do receio de que o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia diminua se as negociações forem atrasadas, como já ocorreu no passado. Nos Estados Unidos, Rubio confirmou que o governo não deve se envolver diretamente no conflito, reiterando que “esta não é nossa guerra”. Trump também comentou a situação, mencionando a complexidade dos problemas.

Zelenski já havia criticado o plano inicial proposto por Witkoff e Dmitriev, tendo trabalhado em uma versão refinada durante encontros que aconteceram recentemente na França e na Flórida. Em um evento na Irlanda, ele enfatizou a importância de manter os aliados europeus nas discussões e expressou preocupação com a apatia dos Estados Unidos em relação ao conflito.

Além disso, Zelenski enfrenta um escândalo de corrupção no setor de energia que atinge seu governo, impactando diretamente seu chefe de gabinete, Andrii Iermak. Ele declarou que esta é a melhor oportunidade para a paz, manifestando disposição para discutir os termos debatidos em Moscou, mas alertou que não haverá acordos sem decisões difíceis, insistindo que qualquer arranjo deve ocorrer com a total transparência e participação da Ucrânia.

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