Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acreditam que o debate sobre o projeto antifacção no Senado Federal será mais técnico e menos politizado. O projeto agora está sob análise dos senadores.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou que Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, será o relator do projeto. Vieira também é o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o crime organizado. Ele é visto como uma figura moderada e tem a segurança pública como uma de suas principais prioridades.
Os governistas estão optimistas com a relação amigável que mantêm com Vieira, o que pode ser crucial na tentativa de reverter alguns pontos que foram aprovados na Câmara dos Deputados. Entre as preocupações estão a destinação de recursos, o impacto negativo em fundos de segurança pública e trechos do projeto que podem afetar muitos grupos de forma abrangente.
A estratégia do governo é discutir o texto com calma, aproveitando esse tempo para diminuir a tensão em torno do assunto. Caso ocorram mudanças no Senado, o texto retornará à Câmara, mas a expectativa é que o clima já esteja mais favorável à administração atual.
Na Câmara, o relator do projeto foi Guilherme Derrite, do PP de São Paulo, que ocupa o cargo de secretário de segurança pública do governador Tarcísio de Freitas. Ele é considerado um potencial adversário de Lula nas eleições de 2026. Após a aprovação do projeto, Derrite fez críticas à gestão do governo federal, elogiando a si mesmo, mas negou ter politizado a questão.